Autor: Gustavo Moreira Costa de Souza. Co-autor: Klaus Rodrigues de Oliveira
Entre as dez maiores inovações do século XXI, estão a tecnologia da informação e o diagnóstico por imagem não invasivo.
Entre os produtos dessas inovações na assistência médica encontram-se as ferramentas computadorizadas com o objetivo de auxiliar no diagnóstico e no tratamento dos pacientes.
O planejamento virtual de cirurgias já é uma realidade, especificamente, na cirurgia craniofacial, área de atuação da cirurgia plástica.
O planejamento virtual trata-se de ferramenta validada e confiável de auxilio ao cirurgião, que utiliza a tecnologia da informação na construção de modelos cirúrgicos, que podem ser impressos em 3D e empregados durante a cirurgia.
Esses modelos, melhoram a qualidade do tratamento, servem como medida de conferência e até de correção da conduta.
Na prática clínica, já apresentaram até 85% de aderência da equipe assistente.
A representação de assimetrias faciais e as medidas cefalométricas exatas auxiliam no diagnóstico. Os modelos 3D e os guias cirúrgicos construídos, com precisão milimétrica, pelo planejamento virtual, auxiliam em cirurgia ortognática, em reconstruções complexas, no trauma e na microcirurgia para esqueleto craniofacial.
Previnem-se, com essa tecnologia, discrepâncias entre os segmentos ósseos osteotomizados ou reconstruídos, reduz-se o tempo cirúrgico e mantém-se um maior controle do resultado final. Pode-se testar nos modelos, inclusive, a reprodutibilidade do planejamento cirúrgico no pré-operatório (cirurgia em modelo: ensaio prático).
Entre as limitações e adversidades estão a curva de aprendizado na manipulação do programa de planejamento virtual, a deficiência de imagens computadorizadas da anatomia do esqueleto craniofacial, côndilos mandibulares fora da relação cêntrica durante a captura de imagens, alterações vasculares, restrições de partes moles e tumores
de crescimento rápido.
Importante, também, diferenciar planejamento virtual dos aplicativos de simulação de resultados em cirurgia plástica, que atuam com mais impacto na decisão do paciente, do que como subsídio técnico ao profissional assistente, que limita-se em projetar uma imagem desenhada na tela do computador ou na fotografia impressa no papel, sem validação científica, com pouca ou limitada influência no tempo cirúrgico ou no controle de aspectos intraoperatórios do tratamento.
Com a evolução tecnológica, a impressão de modelos 3D e o planejamento virtual começam a aparecer, também, em cirurgia mamária, em reconstrução auricular e em rinoplastia, com melhor referência para volume, simetria e para outros aspectos da anatomia.
Poucos trabalhos existem ainda a respeito. Essa tecnologia encontra-se na fase de implementação e adaptação técnica, em série de casos iniciais, sem validação científica.
Ainda precisam enfrentar a questão de custos, acesso ao método e falta de acurácia anatômica, como por exemplo em mamas maiores. Contudo, ressaltou-se a utilidade dos modelos 3D no esclarecimento de pacientes, na educação médica e como referência mais exata do que os desenhos simulados em tela de um computador.
Klaus Rodrigues